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Meias de compressão: o que são e quando usá-las

As meias de compressão são altamente recomendadas para evitar problemas na circulação do sangue e reduzir distúrbios vasculares, como varizes e trombose

Por Gustavo Solano*

Meias de compressão são indicadas apenas para quem tem algum tipo de doença vascular, como as varizes, correto? 

Não é bem assim. 

Também conhecidas como meias compressivas ou elásticas, elas ajudam muito na prevenção de problemas relacionados à circulação do sangue nas pernas, além de proporcionar conforto e outros benefícios. Porém, é muito importante compreender o funcionamento das meias de compressão e seguir as recomendações do cirurgião vascular quanto ao tamanho e gradientes de compressão.

Basicamente, as meias de compressão ajudam o sangue a retornar dos pés ao coração. Esse processo pode encontrar dificuldades tanto pela força exercida pela gravidade quanto por doenças que afetam o funcionamento das veias. 

Por diferentes razões, as paredes dos vasos podem sofrer desgastes e enfraquecimento. No caso das varizes, as veias se tornam tortuosas, com a cavidade defeituosa, o que impede a passagem do sangue. Assim, as meias de compressão agem diretamente na musculatura. Os músculos contraídos comprimem as veias, que impulsionam o sangue no trajeto para o coração. 

Longas viagens

É importante ressaltar que as meias de compressão são indicadas não apenas para quem já sofre com doenças vasculares. A ação compressora das meias reduz a possibilidade do surgimento de problemas como trombose para pessoas que passam muito tempo com as pernas na mesma posição. Por exemplo: em viagens de longa duração (de carro, ônibus ou de avião) e também no trabalho, para quem passa muito tempo sentado

Com relação ao último caso, é fato que a pandemia da Covid-19 impulsionou o crescimento do número de doenças vasculares, principalmente por conta do sedentarismo. Para se ter uma ideia, o Projeto Convid (Pesquisa de Comportamento) levantamento realizado por meio de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que aproximadamentre 60% dos brasileiros ficaram mais sedentários devido à pandemia. Além do isolamento, muitas pessoas adotaram o home office como modelo de trabalho, reduzindo a quantidade de movimento ao longo do dia. 

Pós-operatório

Quem passa por uma cirurgia para corrigir varizes também deve usar as meias de compressão. Na verdade, muitos cirurgiões vestem seus pacientes logo após o procedimento. Aqui as meias são indicadas para reduzir o inchaço e as dores. A cirurgia remove uma quantidade de varizes que impediam a circulação ideal do sangue – a quantidade de vasos removidos varia conforme o quadro do paciente. No pós-operatório, o organismo ainda está se adaptando ao fluxo alterado. É por isso que o especialista indica o uso de meia compressiva para aliviar os sintomas e auxiliar na recuperação. 

Até aqui você compreendeu que as meias compressivas são indicadas tanto para tratar um problema vascular quanto para reduzir as chances de doenças. 

Só que elas não podem ser o único método de prevenção. 

É fundamental mudar os hábitos de vida, variar a posição das pernas ao longo do dia e adotar uma rotina semanal de exercícios. Os benefícios vão além da saúde vascular: a pessoa ganha em qualidade de vida e bem-estar. 

Atividades físicas

As meias de compressão são indicadas inclusive para quem mantém bons hábitos de saúde, como os praticantes de atividade física e atletas. Elas promovem uma recuperação mais rápida da musculatura após os exercícios, principalmente para quem corre. Isso porque, as meias reduzem a vibração muscular, evitando as câimbras, por exemplo.  

Os tamanhos, modelos, estampas e gradiente de compressão são os mais variados. Contudo, para que as meias de compressão promovam todos esses benefícios, é fundamental uma avaliação preliminar do cirurgião vascular. Somente o especialista pode indicar o padrão mais adequado conforme a necessidade do indivíduo. 

*Gustavo Solano é cirurgião vascular, endovascular e diretor na Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro.

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